sábado, 19 de dezembro de 2009

A paixão pelas almas

Todo servo de Deus nutre dentro de si o mesmo sentimento do seu Senhor. E qual sentimento dirigia o nosso Senhor? Diz o texto sagrado: “Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo.” (Mateus 4.23)
O ministério do Senhor Jesus estava alicerçado em três pontos: ensino, pregação e manifestação de poder em favor dos doentes. Este trabalho foi iniciado, imediatamente, após Ele ter sido batizado nas águas, no Espírito Santo e no fogo do deserto. Quer dizer: tão logo fora preparado pelo Espírito e aprovado, Ele partiu para os lugares mais ermos, escusos e escuros em busca das almas perdidas.
A coisa mais evidente no convertido é a sede de almas, isto é, o ardente desejo de dar aos outros o mesmo que foi recebido de Deus. Todos os nascidos dEle, sem exceção, têm desejo de ganhar seu semelhante para o Senhor Jesus! Essa é a primeira manifestação dos nascidos do Espírito. E tem mais: somente estes ficam insatisfeitos, enquanto os demais não nascem do Espírito.
A verdade é que muitos pregadores se dão por satisfeitos quando as pessoas aceitam Jesus como Senhor e Salvador. Mas quem nasceu de novo sabe que isso não é suficiente. Há de existir sincero arrependimento para que o Espírito Santo possa operar o novo nascimento. Enquanto isso não acontece, a obra é apenas palha, ou seja, quando vem o calor das perseguições, ela se queima e se dispersa tal qual as cinzas no vento.
Paulo sentiu este problema e disse: “…meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós.” (Gálatas 4.19)
Antes, logo após sua conversão, seguiu o ímpeto da fé e foi em busca de almas. Como disse: “…ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela Sua graça, aprouve revelar Seu Filho em mim, para que eu O pregasse entre os gentios, sem detença, não consultei carne e sangue, nem subi a Jerusalém para os que já eram apóstolos antes de mim, mas parti para as regiões da Arábia…” (Gálatas 1.15-17)
Este é o espírito dos que realmente nasceram de Deus. É impossível experimentar os prazeres do mundo vindouro e se calar. O próprio Espírito Santo os impulsiona a repartir Seu gozo com os demais. Paulo não ficou esperando nenhuma profecia pessoal, nenhuma visão ou preparo espiritual, nem mesmo perguntou a alguém mais experiente se deveria ou não ir em busca dos gentios árabes. “Sem detença”, diz ele, “não consultei carne e sangue, nem subi a Jerusalém para fazer alguma consulta aos demais apóstolos mais experientes… Simplesmente parti para as regiões da Arábia.”
Quem o havia ordenado ou autorizado a ir pregar entre os gentios árabes? Ninguém, aparentemente! Mas, cheio do Espírito Santo, ele partiu seguindo a voz da fé sobrenatural, porque esta é a voz de Deus. Posso me lembrar quantas vezes meus superiores espirituais me barraram para que eu não fosse pregar o Evangelho… E como temesse ser considerado rebelde, fiquei esperando, esperando, esperando…
Provavelmente, estaria esperando até hoje, se não tivesse tomado a atitude de seguir a voz da fé. Creio que muitos nascidos de Deus têm sido extremamente zelosos quanto à “obediência” a seus respectivos líderes espirituais. Com isso, escondem seus talentos e, de uma certa forma, cooperam com o reino das trevas. Mas, conforme disse Pedro: “mais importa obedecer à voz de Deus do que a dos homens, ainda que estes sejam profundamente espirituais.”
A visão que temos recebido de Deus, quanto às almas, é a seguinte: o mundo é o campo de guerra entre os filhos da Luz e os das trevas. Os da Luz têm recebido instrução e direção do Espírito de Deus para resgatarem os que estão nas trevas; enquanto isso, os das trevas instruem seus filhos a destruírem os da Luz. Somente quem se encontra permanentemente no altar está em condições de ganhar esta guerra. Os que estão no átrio podem auxiliar os que se encontram no altar.
Quando o crente não é nascido do Espírito, seu coração é egoísta e não se preocupa com os demais. Mas, quando é nascido da água e do Espírito, seu coração ferve de vontade de ganhar almas para seu Senhor, pois entende que nasceu para salvar.
Deus abençoe todos abundantemente,

Bispo Macedo

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O Direito de Primogenitura

Nem todos os filhos têm a visão do pai, assim também é em relação aos filhos de Deus. Nem todos os filhos de Deus têm recebido da Sua visão. Muitas devem ser as razões, mas talvez a principal delas esteja relacionada à obra pela qual cada um tenha sido chamado e escolhido.Muitos jovens estudantes têm me perguntado se deveriam ou não interromper os estudos para fazerem a obra de Deus no altar. Eu lhes tenho feito conhecerem o meu testemunho e a minha experiência pessoal com Deus e deixado que cada um responda a si mesmo. A verdade é que a chamada e a escolha de Deus envolvem a fé pessoal. E a resposta de cada um identifica o tamanho da obra reservada para si.Os casos de Jacó e Esaú refletem muito bem o de muitos jovens envolvidos na igreja hoje. Por ser o primogênito, Esaú tinha não só o direito e o dever de substituir seu pai Isaque na condução de sua família, mas, sobretudo, como o próximo patriarca, que era um tipo de apóstolo na construção de uma nação santa, já que ele era a autoridade máxima de Deus na terra. Seu nome seria um referencial do Deus Único e Verdadeiro e estaria no nível de seus pais Abraão e Isaque.A referência ao Deus de Israel deveria ser ao Deus de Esaú. Mas, por causa de um prato de lentilhas, ele entrou para a história da fé cristã como um derrotado. Apesar de, com lágrimas, ter tentado recuperar a bênção que, por direito, lhe seria, mesmo assim era tarde demais. A razão de seu fracasso se deve exclusivamente ao desprezo da parte espiritual que lhe cabia.Seus olhos físicos o levaram a fazer a má escolha e isso refletiu em toda a sua vida. Diz o texto sagrado:“Tinha Jacó feito um cozinhado, quando, esmorecido, veio do campo Esaú e lhe disse: Peço-te que me deixes comer um pouco desse cozinhado vermelho, pois estou esmorecido… Disse Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura. Ele respondeu: Estou a ponto de morrer; de que me aproveitará o direito de primogenitura? Então, disse Jacó: Jura-me primeiro. Ele jurou e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó. Deu, pois, Jacó a Esaú pão e o cozinhado de lentilhas; ele comeu e bebeu, levantou-se e saiu. Assim, desprezou Esaú o seu direito de primogenitura.” (Gênesis 25.29-34).Esaú é um tipo das pessoas nascidas da carne, gente que por não ser espiritual não tem discernimento espiritual. Esaú contava com sua força física e coragem para enfrentar qualquer situação difícil, inclusive os animais ferozes. De fato, ele contava mesmo era com sua capacidade física e não espiritual, razão pela qual desprezou a primogenitura.“Estou a ponto de morrer; de que me aproveitará o direito de primogenitura?” Quer dizer: ele perdeu a coisa mais importante da vida por ser um homem carnal e não saber discernir o tesouro escondido por trás daquele direito. Esta é a grande desvantagem do nascido da carne! É por isso que temos insistido no novo nascimento. O nascido da carne é carnal; e por não ser espiritual, não pode entender as coisas de Deus. Para eles, o que importa é o imediatismo, a visão dos olhos físicos e não dos olhos espirituais. Mas os olhos físicos veem apenas a matéria e nada além dela. Enquanto isso, os nascidos do Espírito, que são espirituais, têm olhos para enxergar muito além das coisas físicas.Estas não têm visão e nem conseguem perceber o resultado final de uma escolha ruim. É o caso do mundo, onde as pessoas colhem frutos ruins da má escolha feita. E a má escolha se deve ao fato do desprezo aos conselhos de Deus.Embora estivesse desesperadamente faminto, mas não a ponto de morrer, seu pai era muito rico e jamais iria permitir deixar seu filho predileto morrer de fome. Mas o maior problema de Esaú foi o desprezo pelo dom de Deus, ou seja: a bênção da primogenitura!Este direito havia sido dado pelo próprio Deus, pois apesar de ser irmão gêmeo de Jacó, ele nasceu primeiro. Portanto, o direito era apenas dele.É o caso de muitos jovens cristãos universitários, que um dia foram chamados e escolhidos para serem pescadores de almas, mas, movidos pela fome do sucesso econômico e a glória deste mundo, acabaram desprezando o privilégio de serem servos de Deus para tornarem-se servos de si mesmos.Deus os abençoe abundantemente,

Bispo Macedo

Nascer de novo

Uma das grandes vantagens do inferno sobre o povo evangélico é a proliferação de doutrinas aparentemente bíblicas. Os que creem serem estes os últimos tempos hão de crer também nas palavra do Senhor Jesus, quando disse: “Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (Mateus 24.11).O que diferencia o falso do verdadeiro não são as vestes, nem os discursos, como os dos fariseus hipócritas, mas os frutos. Os falsos profetas manipulam a verdade e a misturam com as mentiras, dando-lhes uma aparência pura e santa. E é claro, os incautos, os imaturos na fé ou os neófitos acabam tomando veneno com gosto de mel.Assim tem sido o ensino de que “uma vez salvo, salvo para sempre”, fanerose, redestinação. Esse tipo de discurso agrada muito os que querem manter uma vida irregular e alarga o caminho que conduz à perdição. Há pelo menos três aspectos bíblicos a considerar quando falamos em salvação eterna: nascimento da carne, nascimento da água e nascimento da água e do Espírito.Muitas pessoas fazem parte do corpo de membros da Igreja por questão apenas de gratidão. Foram curadas, libertas de vícios ou alcançaram uma determinada graça e daí passam a fazer parte da Igreja. Os anos vão passando e aquelas pessoas se mantêm fiéis aos princípios doutrinários da sua denominação, porém continuam vivendo a mesma qualidade de vida que viviam no passado.Apenas algumas insignificantes mudanças, tais como: não bebem mais; não desperdiçam dinheiro em jogos de azar; não participam mais de festas idólatras, e daí por diante. Mas, em geral, a vida é a mesma. E aí perguntam: por quê? E a resposta é única: nunca nasceram da água e do Espírito, isto é, não nasceram de novo!Falando sobre esse assunto numa reunião de bispos e pastores, uma esposa de pastor tremeu na cadeira. Uma semana depois, ela e seu marido abandonaram a Igreja. Como se explica isso? Simples: ela estava na Igreja havia mais de dez anos, mas nunca tinha nascido de novo. Consideremos, então, os três tipos de pessoas mencionados acima. Primeiro, os nascidos da carne, que são carnais. São constituídos por aqueles que foram “bajulados” pelo pastor de tal forma, que acabam se tornando membros fiéis da igreja daquele mesmo pastor.Se este é transferido para outra localidade, os carnais imediatamente se transferem para aquela igreja onde está o “seu pastor”. Caso este deixe a Igreja, os carnais também o seguem. Por serem carnais, eles estão sempre voltados para a vontade da carne. E o Espírito Santo ensina: “Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar” (Romanos 8.6,7). Portanto, os nascidos da carne jamais são salvos.Segundo, os nascidos da água, que são aqueles que receberam com alegria a Palavra de Deus e foram curados, libertos ou alcançaram uma determinada graça. Gratos a Deus, eles se mantêm na Igreja e aprendem os princípios fundamentais da fé cristã. Com isso, se convencem cada vez mais de que são nascidos de Deus, e, na teoria, são convencidos. E quanto mais acesso têm aos conhecimentos das doutrinas bíblicas, mais convencidos ficam de terem nascido de Deus.Mas, na prática, ou seja, ao passar pelo deserto, revelam logo não terem a natureza divina, haja vista não suportarem as provas do deserto e acabarem desistindo. De uma forma geral, os “aguados” têm grandes chances de serem salvos, pois conhecem a verdade e, se conseguirem se manter nela até o fim, serão salvos. O grande problema deles é a perseverança. É muito difícil, mas não impossível, o “aguado” perseverar até o fim.Terceiro, os nascidos da água e do Espírito, que, finalmente, são verdadeiros filhos de Deus, pois as tribulações, as provações, as perseguições, as injustiças, os desertos, enfim, nada neste mundo pode remover sua fidelidade para com seu Eterno Senhor e Salvador Jesus Cristo. Com estes se cumpre exatamente o que diz a Escritura: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.” (1 João 5.4).Quando a pessoa é nascida da água e do Espírito, somente ela própria pode se destruir, quando decide resistir à voz do Espírito Santo. Deus jamais vai destruí-la, e o diabo não tem poder para tal. É possível um filho de Deus perder a salvação? É muito difícil, mas também não é impossível, pois na carta à igreja em Sardes o Senhor promete ao vencedor não riscar seu nome do Livro da Vida, o que significa que existe a chance de se riscar o nome do Livro da Vida. Isto significa perder a salvação!Deus abençoe abundantemente,

Bispo Macedo

A perseverança

Na parábola do semeador, o Senhor Jesus mostra que somente 25% dos que ouvem a Palavra de Deus frutificam. Segundo Ele, “a (semente) que caiu em boa terra são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança”. (Lc 8.15)Qual é o segredo, então, dos que frutificam? Seria apenas a fé? E os demais que também manifestaram a fé e ainda assim perderam? Enganam-se aqueles que pensam ser o ato de fé suficiente para uma determinada conquista.Na presente parábola vemos que, apesar de os quatro tipos de ouvintes terem sido envolvidos com a fé, mesmo assim, ela não foi suficiente.Nosso Senhor Glorificado adverte que a Palavra chegou primeiro a ouvintes desinteressados. E por causa disso o diabo vem logo para roubar-lhe a palavra do coração antes da sua crença.O segundo diz respeito a ouvintes entusiastas que recebem a Palavra com grande alegria. Mas como a emoção e o entusiasmo são passageiros e não podem sustentar ninguém nas horas de tribulações, imediatamente desprezam a semente.O terceiro diz respeito a ouvintes que têm ocupado os pensamentos apenas com o bem-estar social. Por causa disso, acabam sendo sufocados com os cuidados, as riquezas e os deleites da vida e os seus frutos não chegam a amadurecer.O segredo dos que frutificam não é simplesmente a fé num dado momento, mas a constância e a firmeza na fé. A verdadeira fé conta com a perseverança pois, do contrário, ela desfalece. A fé se alimenta da Palavra de Deus, isto é, a perseverança no ouvir e praticar a Palavra de Deus.“A semente que caiu em boa terra são aqueles que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra.” Trata-se, então, daqueles que mantiveram o firme propósito em guardar a Palavra no coração. Conservaram dentro de si a firmeza de um dia, mais cedo ou mais tarde, verem o cumprimento dela em suas vidas. Em outras palavras: o segredo da vitória pela fé está na perseverança, isto é, na sua continuidade.A culpa de a semente não ter vingado não é da semente, mas dos “terrenos”, ou seja, dos diversos tipos de pessoas. Faltou-lhes perseverança, pois o primeiro não perseverou porque estava simplesmente desinteressado; o segundo não perseverou porque sua fé estava assentada sobre emoções ou entusiasmos; e o terceiro não perseverou porque era imediatista e não deu tempo ao tempo para esperar.A febre pelos benefícios imediatos da fé cega o entendimento espiritual e conduz a pessoa ao desespero. Imagine se o agricultor não tivesse paciência para esperar o tempo da colheita! Ele teria de mudar de profissão. E se o trabalhador exigisse o salário antes de terminar o mês? Certamente ficaria desempregado! Ora, em tudo na vida há que se perseverar até o fim para se conquistar os seus frutos. Na vida espiritual não é diferente. O próprio Senhor Jesus alertou Seus seguidores sobre isso quando disse: “No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João 16.33)Quando Ele diz que aqui passamos por aflições, trata-se da guerra travada no campo espiritual contra as forças espirituais do mal. Estas objetivam fazer-nos desanimar na fé e, consequentemente, enfraquecer-nos para então nos destruir. O grande segredo dos heróis da fé foi a perseverança, porque sabiam que acima das tempestades enfrentadas estava Aquele que fez a promessa! E assim como Ele não pode falhar, muito menos as Suas promessas! E aqueles que nEle confiam, mantêm-se perseverantes até a vitória final. Na guerra contra o diabo, vence quem for mais perseverante.Deus abençoe a todos, abundantemente.

Bispo Macedo